terça-feira, 19 de outubro de 2010

Law and Order SVU: Selfish - Vacinação infantil

Esta imagem pertence à Universal Channel, NBC Channel, e aos criadores da série Law&Order:SVU
Cena do episódio Selfish (10ª temporada - 19º episódio)




A série de TV Law &Order (no Brasil e Portugal, Lei & Ordem) é uma série policial dos Estados Unidos. Sua estreia foi no dia 13 de setembro de 1990. Criada por Dick Wolf e transmitida pela NBC, tem como cenário a cidade de Nova Iorque. Aborda os complexos casos policiais que envolvem a metrópole e os esforços dos policiais e dos promotores de justiça em solucioná-los. O segredo do sucesso (na minha opinião) está no fato do telespectador tentar desvendar os casos antes ou ao mesmo tempo que a equipe policial e jurídica da série. Também permite se familiarizar com as leis americanas (que mudam de Estado para Estado!) e conhecer um pouco o submundo criminoso, sem nenhum risco...

O sucesso da série possibilitou o surgimento de outras séries que também carregam o nome Law & Order, iniciando uma lucrativa e duradoura franquia. Law & Order se tornou um grande fenômeno nos Estados Unidos. Tamanho sucesso gerou várias séries derivadas (spin-offs). O primeiro foi Law & Order: Special Victims Unit (SVU), que estreou em 1999. Law & Order: Criminal Intent estreou no ano de 2001. Ambas as séries ainda estão no ar. Law & Order: Trial by Jury durou somente uma temporada devido aos baixos índices de audiência. Law & Order: Los Angeles (LOLA) é última "cria" da franquia, estreando na fall season de 2010 (estréia em novembro aqui no Brasil no canal da Universal). 

Além dos spin-offs, versões internacionais também foram realizadas. A França foi a primeira a ter sua própria franquia: Paris enquêtes criminelles (exibida na TF1) é uma adaptação de Criminal Intent ambientada em Paris. SVU e Criminal Intent também tiveram suas versões russas. A última adaptação foi a britânica, Law & Order: UK, que é uma versão da série original (É muito engraçado ver na versão inglesa, os julgamentos com os advogados, procuradores, juiz e etc usando uma peruquinha à la Luís XV!!!)

Mas o motivo deste post é um episódio de Law&Order:Special Victims Unit, que eu assisto de vez em quando no meu computador. Law &Order: Special Victims Unit (no Brasil, Lei &Ordem: Unidade de Vítimas Especiais em Portugal, Lei &Ordem: Unidade Especial) narra as histórias dos policiais que trabalham na Unidade de Vítimas Especiais, da NYPD (New York Police Department). Eles lidam com casos que tenham um caráter sexual, seja envolvendo homicídios, estupros ou outros. Devido a essas características, os policiais são constantemente procurados por parentes excessivamente preocupados quando desconfiam do desaparecimento de crianças como primeira opção, antes mesmo de avisar a polícia comum.

Este episódio que eu achei muito interessante, Selfish (Egoísta), retrata um desses desaparecimentos. A trama inicialmente segue nas primeiras descobertas por um caminho rumo a um caso de homicídio, mas o caso tem uma reviravolta surpreendente: uma vacina de sarampo.

O episódio torna-se uma calorosa fonte de debates sobre o uso das vacinas em crianças, e vale a pena ser visto tanto pelos que são a favor como pelos que são contra. E consegue a proeza de terminar o episódio mantendo-se neutro sobre a referida questão - ambos os lados têm oportunidades de exporem suas idéias, e cada um conclua o que achar melhor... Mas a corte julgando a mãe que não vacinou o filho como criminosa é uma das melhores partes da discussão do episódio.

Para baixar, clique no link abaixo. Você será redirecionado para o servidor Hotfile, onde será necessário aguardar 60 segundos para fazer o download do episódio (na opção gratuita).

Atenção - upload encontrado na internet - se o link estiver quebrado será necessário fazer nova busca pelo Google. Não faço uploads de arquivos, não insista.

Para assistir, é necessário ter instalado no computador o Real Player ou ter atualizado o Windows Media Player com o K-Lite Mega Codec Pack (clique em cima do nome do programa desejado para baixar e instalar). 

Abraço,


Anita

sábado, 14 de agosto de 2010

Medicina e Naturologia


Pelas mãos dos médicos, a maioria de nós chegou ao mundo. Graças aos constantes avanços da medicina, a morte por problemas na gestação e no parto diminuem drasticamente a cada ano.


Venho de uma família onde ninguém acredita na medicina. Sim, acreditem e pasmem, existem muitas famílias assim. Apesar dos avanços da ciência, dos novos tratamentos e métodos de diagnóstico descobertos, e até mesmo dos remédios mais eficazes e menos agressivos que têm sido desenvolvidos, pessoas como alguns parentes meus não confiam em médico nem mesmo quando sofrem acidente (pasmem). Em compensação, são vítimas fáceis de qualquer leréia dita por um suposto "entendido" que descobriu as "maravilhas do Kefir ou da babosa, por exemplo. E, com certeza, você conhece alguém assim. Em geral, são pessoas que já tiveram melhora em algum caso expecífico, e se tornaram místicas. Este artigo é para você que conhece uma destas pessoas e acredita que ainda são flexíveis o suficiente para entender o texto abaixo.


Para aqueles que ainda acham que os médicos não sabem nada.
Sugestão: experimentem prestar o vestibular (só o vestibular, que já é uma prova de fogo para a maioria dos mortais) para medicina, em qualquer federal (soube que o MEC fez as particulares fecharem as portas, com raríssimas exceções).
Depois vocês pensarão se aguentam este conteúdo aqui, que é apenas a parte geral do curso (os primeiros 6 anos). Ou seja, isto é o mínimo que qualquer médico estudou.
http://sistemas2.usp.br/jupiterweb/listarGradeCurricular?codcg=5&codcur=5042&codhab=0&tipo=N
Dependendo do que optarem na especialização (que pode ser qualquer uma, de oftalmologista a neurocirurgião), contem então, no mínimo mais 2 anos de estudo. Em geral, são mais 4 anos.
Ou seja: antes de se tornar médico de fato, o futuro profissional estuda 10 anos. E ainda tem gente que acredita que médico não sabe nada...

Aqui e em qualquer outro lugar do mundo as medicinas alternativas (homeopatia, acupuntura, etc) só têm validade quando praticadas por um MÉDICO! Estas terapias são estudadas APÓS o curso de medicina . São estudadas como Curso de Extensão ou Aprofundamento (variando de 1 a 2 anos cada - o de Homeopatia, por exemplo, dura 2 anos), ou ainda como Pós Graduação (nos EUA, Naturopatia é um curso de Pós Graduação de 4 anos). Por que será???

Porque somente um MÉDICO pode diagnosticar (e responder legalmente por isso) e indicar os tratamentos, sejam eles alternativos ou não! Somente um MÉDICO pode solicitar todos os exames laboratoriais e de diagnóstico por imagem (por exemplo), emitir receitas médicas, fazer laudos, solicitar a internação de um paciente, entre muitas outras coisas! Não é à toa que estes médicos podem sim atender às terapias alternativas, pois já estudaram toda a anatomia humana, suas patologias e a medicina tradicional (portanto sabem o que precisarão evitar ou aproveitar de bom deste tipo de tratamento). E podem realmente ser chamados de MÉDICOS HOMEOPATAS, ORTOMOLECULARES, ACUPUNTURISTAS, etc. Não é qualquer "capiau" que leu um livro de terapia alternativa, ou que fez um cursinho 24h a distância, ou que "acha" que descobriu um tratamento revolucionário, que pode diagnosticar e tratar ninguém!!!

Este chinês "descobriu" um tratamento para dores de estômago que faz arrepiar até os mais durões...

Recentemente, surgiu o curso de Naturologia, que ensina diversas terapias alternativas em uma graduação de 4 anos e meio.  O curso inclui formação prática e teórico-científica em diversas terapias que têm como base a medicina tradicional chinesa e a ayurveda. Na Universidade Anhembi Morumbi, por exemplo, o currículo é composto de técnicas como ioga e meditação, aromaterapia, massoterapia, hidroterapia e iridologia, entre outras; na UNISUL, os alunos aprendem a lidar com aromaterapia, fitoterapia, cromoterapia, reflexoterapia e florais.

Como a UNISUL foi a pioneira a oferecer o curso (já o possui há 12 anos), segue a grade curricular do seu curso aqui:
http://portal2.unisul.br/content/navitacontent_/userFiles/File/cursos/cursos_graduacao/novasgrades/naturologia2004-badreferendum.pdf

A massoterapia (reflexologia vital na ilustração acima) é uma das terapias que costuma trazer muito alívio para as mais diversas dores de seus pacientes; a acupuntura, o moxabustão e a quiropraxia também são bastante procurados para tratamentos da coluna.

Percebem qual a diferença com relação ao curso de Medicina? Este curso de Naturologia aproxima-se mais do curso de Farmácia, como um curso de "Farmácia Natural". São tratamentos alternativos de saúde, mas não ensinam o futuro naturólogo MEDICINA. Se você é saudável, ele pode auxíliá-lo na manutenção da saúde de forma fantástica. Mas ele não sabe (nem pode) diagnosticar as patologias, nem mesmo as comuns de clínica médica, como os diversos tipos de micoses que comumente pegamos em contato público (onicomicose? pitiríase?), quanto mais as específicas, como um tumor no cérebro, por exemplo. Você precisará de um médico devidamente especializado para isso. O que um naturólogo pode oferecer é um REMÉDIO ALTERNATIVO ou TERAPIA ALTERNATIVA aos da FARMÁCIA tradicional, ou ainda, tratamentos alternativos como COMPLEMENTOS a estes tratamentos tradicionais.  Mas não se engane: ele não pode isoladamente fazer o tratamento, por exemplo, de um traumatismo ocular (nem deve!).

Imagens de um cérebro apodrecido por ovos e embriões da tênia (notem os buracos, estrago causado pela doença), causa da cisticercose. Normalmente a pessoa tem mudanças súbitas de comportamento quando atacada por este mal.

Portanto, mesmo que você decida tratar-se então, de algum mal que venha sentindo, com um naturólogo, antes é necessário fazer o diagnóstico correto com um MÉDICO. O Naturólogo não foi educado para diagnosticar ninguém. Como você mesmo viu na grade curricular de sua formação, ele tem uma formação genérica demais para isso. Uma depressão, por exemplo, tanto pode ser uma herança genética como o sintoma de uma outra doença "escondida", que pode ser até cisticercose! Só um especialista (portanto, MÉDICO), após a devida anamnese, poderá diferenciá-la. Mas tendo o diagnóstico em mãos, ele pode sim, ajudá-lo a encontrar soluções alternativas para a recuperação da sua saúde que não sejam a tonelada de antibióticos tradicionais, quando isso é possível. Tratando-se de câncer ou aids, por exemplo, em que é inevitável o coquetel, ele também pode auxiliar no ganho de uma melhor qualidade de vida e saúde durante o tratamento tradicional, usando a terapia alternativa como seu aliado.

Espero ter contribuído para desmistificar ambas as profissões. Ao contrário do que a maioria pensa, a relação entre Médico e Naturólogo deve ser a de simbiose: um precisa do outro. ESCUTE AMBOS COM ATENÇÃO!!! Se o seu médico disser que a única alternativa segura de tratamento para a sua moléstia é o remédio tradicional, considere esta informação. Qualquer tratamento, seja ele qual for, tem seus prós e contras. Seria idiotice morrer porque não quis tomar penicilina. Neste caso, o Naturólogo poderá auxiliar a fortificar o seu organismo na recuperação e a minimizar/suprimir efeitos colaterais indesejáveis.

Fachada da Faculdade de Medicina da USP... Tem vontade de fazer parte da história deste prédio?

Pra quem ainda acha que o médico não sabe nada... vá para a faculdade de medicina e ensine o que acha que está faltando por lá! Prove aos professores o seu ponto de vista. É um desafio. O mundo não precisa de mais um queixoso ou de mais um invejoso. Precisa de pessoas que queiram tornar este planeta um lugar melhor de se viver. Difícil é ter coragem de estudar anatomia em cadáveres (pagos - fazem parte do material escolar!) anos a fio e gastar verdadeiras fortunas em livros e instrumentos antes de encarar plantões estressantes na residência, em hospitais universitários sempre lotados, sabendo que o futuro próximo será também  lotado de noites maldormidas em plantões hospitalares, congressos e simpósios caríssimos (no Brasil giram em torno de R$ 3.000,00 e alguns só acontecem no exterior - dependendo da especialidade) e consultas mal remuneradas, até ter um diploma, depois até ter uma pós, depois até conseguir um reconhecimento no meio social e acadêmico dos seus conhecimentos adquiridos e finalmente poder obter um cargo com salário decente ou um consultório com consultas devidamente remuneradas. E não pára por aí: mesmo depois de estabilizado o médico tem que continuar frequentando os congressos e simpósios de sua especialidade para manter-se atualizado; às vezes comprar um novo livro ou fazer um novo curso de extensão.

Embora a Naturologia seja muito nova como graduação no Brasil, já existem sim pós-graduações e mestrados relacionados à área e congressos e simpósios também têm acontecido por aqui; mas a maior parte dos eventos da medicina oriental (evidentemente) acontecem na China e no Japão. E sim, temos muitos MÉDICOS que já querem trabalhar com uma linha alternativa de tratamento. A ciência já sabe que não tem todas as respostas, e tudo o que possa ajudar é bem vindo. Hoje em dia, até no SUS podemos encontrar MÉDICOS com especialidade em HOMEOPATIA, por exemplo, e o remédio fornecido pelo próprio posto de saúde.




A Homeopatia busca na natureza os seus tratamentos e utiliza doses ínfimas dinamizadas para tratar seus pacientes. Cada paciente possui seu remédio formulado de forma diferente - não existe um mesmo remédio que cure todo mundo do mesmo jeito, embora existam algumas manipulações ditas "emergenciais" que os médicos homeopatas aceitam que sejam usadas em comum se necessário.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Para ter a oportunidade de pensar a respeito

Fonte: Google Imagens

Recebi um e-mail da Ecos da Mata agora há pouco, que divido com vocês.
Fez-me lembrar que HOJE é o primeiro dia do resto dos meus dias. E o que estou fazendo pelo meu futuro?
Sequer estou suficientemente informada para tomar partido na notícia que recebi abaixo. Mas resolvi correr atrás, para saber o quanto cada lado tem de razão nesta história. Afinal sou a principal interessada, como habitante deste planetinha aqui. Convido a todos a fazer a mesma reflexão e terem a oportunidade de tomar partido neste caso (enquanto ainda é tempo).


Má notícia: Relatório do deputado Aldo Rebelo é aprovado pela Comissão Especial 
Com o placar de 13 votos a favor do relatório do deputado Aldo Rebelo e cinco votos contra, a Comissão Especial sobre o Código Florestal Brasileiro aprovou hoje a proposta a favor do agronegócio e em detrimento da qualidade de vida de milhões de brasileiros. Agora o novo Código Florestal segue para votação na Câmara dos Deputados. A Fundação SOS Mata Atlântica, diversas ONGs ambientais, movimentos sociais e a Frente Parlamentar Ambientalista realizam amanhã (07/07), às 08h30, no gramado em frente à Câmara dos Deputados, uma vigília para chamar a atenção sobre a possível aprovação de mudanças na legislação ambiental brasileira, retrocessos que colocam em risco todo o patrimônio natural do país. A manifestação contará com caixões, carros de som, coroas de flores, cruzes, faixas de luto e a bandeira da SOS Mata Atlântica, que simboliza a bandeira nacional sem parte do seu verde. A ação representa a morte do Código Florestal e também de bens fundamentais para nossa sobrevivência, como a água, as florestas, a biodiversidade e a regulação do clima. “Estamos fazendo essa manifestação para mostrar para a população o que está acontecendo em Brasília e como alguns deputados vêm destruindo o meio ambiente e ameaçando nosso futuro”, afirma Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica. Se você quiser registrar suas condolências, entre na www.conexaososma.org.br e para mais informações acesse www.sosma.org.br/exterminadores .O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, com o apoio de diversas outras instituições, enviou para o presidente Luis Inácio Lula da Silva carta em que expõe suas preocupações para com o cumprimento de metas na redução dos gases do efeito estufa. Leia o texto na íntegra no Portal da SOS Mata Atlântica.
Abraço da
***Anita***

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Quem diria... até que enfim, teremos respostas???


João Grandino Rodas, Reitor da Universidade de São Paulo, é o entrevistado do Roda Viva - segunda-feira, 5 de julho de 2010 às 22h00 (Transmissão ao vivo pela Internet).


Transcrevo abaixo a notícia que recebi por e-mail de rodaviva@tvcultura.com.br:




"O Roda Viva discute nesta segunda-feira os problemas da universidade pública, da vida universitária e do ensino superior no país.

Nos meses de maio e junho, greves de funcionários, professores e alunos paralisaram as três universidades públicas paulistas. A UNICAMP (Universidade de Campinas) e a UNESP (Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) pararam 49 dias; enquanto na USP (Universidade de São Paulo) a paralisação foi de 57 dias. A pauta de reivindicação era de reajustes salariais, planos de carreira e conflitos entre instituições e sindicatos.

João Grandino Rodas é formado em Música, Educação, Direito e Letras. Ele tem uma carreira acadêmica de 45 anos na Universidade de São Paulo, onde, em janeiro deste ano, assumiu a Reitoria com a missão anunciada de introduzir mudanças administrativas e quebrar o ciclo de greves vivido pela instituição.

A USP, maior e mais prestigiada universidade da América Latina, tem este ano um orçamento de quase R$ 3 bilhões, com 85% da verba comprometida com a folha de pagamento de funcionários e professores.

Participam como convidados entrevistadores: 
Gilberto Dimenstein, integrante do conselho editorial do jornal Folha de S. Paulo, autor de livros educacionais e criador da Cidade Escola Aprendiz; 
Mônica Teixeira, coordenadora Geral da TV UNIVESP - Universidade Virtual do Estado de São Paulo; 
Mário Sérgio Cortella, professor titular da pós-graduação em educação da PUC de São Paulo e 
Flávia Tavares, repórter especial do jornal O Estado de S. Paulo.

Colaboradores:
Sonia Bertocchi, educadora (
http://twitter.com/SoniaBertocchi); 
Luiz Lima, desenvolvedor de Software (http://www.flickr.com/photos/llima/);
Roberto Belisário, divulgador científico (http://www.twitter.com/robelisario) e 
Carlos Lordelo, repórter do suplemento PONTOEDU, do jornal O Estado de S. Paulo (http://twitter.com/estadaopontoedu).

Apresentação: Heródoto Barbeiro




Roda Viva é apresentado às segundas a partir das 22h00.
Você pode assistir on-line acessando o site no horário do programa.
http://www2.tvcultura.com.br/rodaviva "



Ficam aqui algumas perguntas que eu não sei se serão respondidas durante o programa:
E o ACESSO À USP-LESTE (EACH), será facilitado? Teremos mais opções de transporte? Teremos SEGURANÇA entre a estação de trem, o mato e a USP-LESTE? Conheço muitos jovens que estão deixando de prestar vestibular lá por conta destes fatores.

Espero poder conferir o programa!!!

Abraço da

***Anita***

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Hoje tem quadrinhos no Roda Viva (TV Cultura)


Wood&Stock, dois personagens do quadrinho nacional que fazem sucesso até hoje, e que ganharam seu próprio filme.



Copio abaixo a newsletter que recebi do programa Roda Viva. Promete ser bem interessante!!!

Gabriel Bá e Fábio Moon
Quadrinistas

A falta de visibilidade e o pouco interesse do público brasileiro por obras próprias sempre dificultaram o surgimento de novos talentos no mundo dos quadrinhos. Mas o mercado brasileiro de HQ passa por uma nova fase. Artistas estão ganhando cada vez mais espaço em editoras nacionais e estrangeiras para publicar trabalhos originais.

Precursores de uma nova geração que tenta publicar material original no país e conquistar oportunidades de trabalho no seletíssimo universo dos HQs americanos e europeus, Gabriel Bá e Fábio Moon são adeptos da filosofia de que o quadrinista não pode depender de ter onde publicar para produzir.

O trabalho da dupla inclui uma adaptação para os quadrinhos da obra O Alienista, de Machado de Assis, vencedor do prêmio Jabuti, e 5 (Five), que conquistou o Eisner, o principal prêmio dos quadrinhos no mundo.

A dupla quebrou barreiras, derrubou preconceitos e conquistou o concorrido e cobiçado mercado internacional. O sucesso deles abre as portas e encoraja novos talentos no mundo dos quadrinhos.

Participam como convidados entrevistadores: André Forastieri, jornalista; Érico Borgo, editor do site Omelete; Paulo Ramos, jornalista responsável pelo Blog dos Quadrinhos do portal UOL e professor de letras da Universidade Federal de São Paulo e Danilo Gentili, humorista e repórter do programa CQC da Band.
Colaboradores: Verônica Mambrini, colaboradora da Revista IstoÉ (http://twitter.com/vmambrini); Bárbara Vidal Aguiar, estudante de jornalismo (http://twitter.com/barbaravidal),
Paulo Henrique A. da Costa, programador da Polvora Comunicação (http://twitter.com/graveheart) e Jakelyne Lechinewski, fotógrafa e produtora de moda (http://www.flickr.com/jaklechi).

Apresentação: Heródoto Barbeiro

Roda Viva é apresentado às segundas a partir das 22h00.
Você pode assistir on-line acessando o site no horário do programa.
http://www2.tvcultura.com.br/rodaviva


Gostei de saber que o Érico Borgo vai participar: sempre tive curiosidade de conhecer o criador do site Omelete!
E para quem gosta do humor de Danilo Gentilli, ele também estará lá...

Abraço da
Anita

domingo, 25 de abril de 2010

Reflexões

Imagem: Escultura "O Pensador", de Rodin

Hoje foi um dia em que tive a oportunidade de ver o passado passear diante dos meus olhos. E pude agradecer a Deus porque, enfim, é passado.

Não, não que eu tenha apenas um passado ruim. Todos nós temos boas e más lembranças. Mas vi, como em um filme, muitos erros que cometi, muitos sonhos não realizados, por bem ou por mal, e muitas lições que a vida me ensinou. E isto, também, me fez refletir bastante.

Quando estamos em uma situação melhor, costumamos esquecer as mazelas e o que elas nos ensinaram. As dificuldades não existem apenas para serem difíceis: são verdadeiras oportunidades de crescimento pessoal.

No fim do ano 2000, eu estava em um beco sem saída. Quer dizer, não posso dizer SEM SAÍDA pois para Deus nada é impossível, e se ELE quisesse me mostrar que é possível criar um caminho do NADA certamente O teria feito. Já havia passado nas melhores faculdades; poderia ter um futuro promissor, mas vivia num círculo vicioso atrás do próprio rabo, sem conseguir concluir nenhuma tarefa que começasse. Tudo por não agüentar mais o stress de viver uma montanha russa emocional. E Deus, tenho certeza disso, tinha tudo sob controle.

Então um dia a corda arrebentou. Primeiro foram crises de síndrome do pânico, que primeiro foram diagnosticadas como uma falha da válvula mitral. A verdade veio à tona quando comecei a alternar períodos longos de sono com outros sem dormir. Cheguei arrasada, moída ao hospital, pedindo que alguém parasse com aquilo, pois eu não conseguia mais parar. Havia passado uma semana inteira trabalhando, sem dormir, logo após um período de 4 dias de sono contínuo.


Começara minha longa jornada de tratamento psiquiátrico. Descobri que existiam N doenças ligadas ao stress, e a maioria delas começava com síndrome do pânico. Também descobri, de forma muito dolorosa, que as opiniões médicas variam muito, bem como os tratamentos. Mudei muitas vezes de médico, e quando não me agüentava mais, buscava alívio em internações. Tomei muitos remédios diferentes, alguns com tristes efeitos colaterais, como enorme ganho de peso, sem grandes melhoras. Me internei 4 vezes no total. Tinha esperanças de que, com algum médico me acompanhando 24h em um hospital, tivesse melhor êxito no diagnóstico e no tratamento. E isso aconteceu, felizmente, na quarta vez, há 3 anos atrás.

3 anos atrás. Foram quase 8 anos buscando, de consultório em consultório, de hospital em hospital, uma resposta e um alívio que me ajudassem a recuperar a vida perdida. Não conseguia estudar. Não conseguia fazer nada por completo. Agradeço todos os dias, porque sei que não mereço, sendo de carne mortal e pecadora como sou, a alegria de ter o médico certo e o melhor tratamento para recuperar a minha vida. E, quase na mesma época, também encontrei uma boa psicóloga, verdadeiro presente de Deus na minha vida.
Aprendi muito nas internações. Aprendi a ver o ser humano sob uma nova ótica. Eu fugia dos padrões de um paciente comum nestes lugares. Primeiro, por ser eu mesma a buscar a internação. Segundo, porque eu tinha noção de que algo estava errado e queria melhorar. Para minha sorte, isso atraía a atenção da equipe para descobrir o que estava errado comigo, e sempre fui muito bem atendida.

Eu sempre ficava doída de ver tantas pessoas internadas comigo, que estavam distantes da sua realidade. Sim, a maioria estava ali à força, nem poderia ser diferente, estando tão distantes da realidade. Alguns, os parentes não queriam mais, e haviam sido abandonados ali em definitivo. Mas eles realmente não tinham noção, em sua maioria, do que tinham feito de errado para estar ali, ou não achavam que tivessem feito nada demais. Os que sabiam que tinham “aprontado” viviam tristes, pois admitiam não conseguir parar de ter esse comportamento inadequado. O que mais me impressionava era uma ala à parte, com a qual não tínhamos o menor contato, mas da qual sempre ouvíamos as vozes e os gritos. Era de pacientes que, mesmo medicados, apresentavam riscos ao convívio social. Não respondiam a nenhum tipo de tratamento. Era de arrepiar. Agradeço sempre a Deus por termos pessoas neste mundo que dedicam suas vidas a cuidar de pacientes como nós.

Hoje, com o médico certo e o tratamento certo, tenho conseguido grandes resultados. Nem eu me lembrava mais de como era pior. Achava que a minha vida tinha estagnado. Mas, acostumada como estava a ter resultados rapidamente, hoje compreendo que a falsa impressão de estagnação vem da minha impaciência. Eu ainda tenho um longo caminho a percorrer pela frente. Mas é bom olhar para trás e ver que já ganhei uma boa distância.

Os remédios estão fazendo um grande trabalho. O mais duro está por conta da terapia: esta, tem que ser compreendida e trilhada passo a passo. E eu, que tenho mania de pular a teoria e ir direto aos exercícios, estou tendo que aprender a controlar a minha sede de vencer. Afinal, tudo acontecerá no tempo que Deus determinar, não no meu.

Eclesiastes 3
1
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
2
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
3
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
4
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
5
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
6
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
7
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
8
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Fonte: http://www.bibliaonline.com.br - edição Almeida Corrigida e Revisada Fiel

segunda-feira, 22 de março de 2010

Por que gostei do Runescape e seu uso educacional (em todas as idades)




Imagem: um dos desafios da missão "A vassoura encantada": tire 4 linhas do desenho, de  modo que forme apenas 4 triângulos (fácil).

AVISO: ESTE ARTIGO É LONGO - Leia com tempo. Valerá a pena.

Hoje vou falar um pouco de um jogo online chamado Runescape, da Jagex Ltd., empresa inglesa que já lançou diversos sucessos de jogos online em todo o mundo. Muitos já devem ter ouvido falar, seja pelos seus filhos ou alunos, de jogos como War of Warcraft, Gunbound, Lunia, entre outros games desta mesma empresa. Nestes outros jogos não vou dar pitaco, nunca joguei qualquer um deles, mas sei que todos seguem a mesma linha mestra - o RPG (Role-Playing Game).

Então, para as pessoas que nunca jogaram ou viram o que é um RPG (como eu até pouco tempo atrás), muitas vezes por influências negativas (o RPG foi considerado perigoso na década de 90, o que só foi desmentido posteriormente) faço um apêndice para melhor compreensão deste artigo. Uma excelente descrição de como é uma partida de jogo de RPG e como funciona está no Wikipedia (aqui, resumi ao essencial para o entendimento deste artigo). SE VOCÊ JÁ SABE E ENTENDE DE RPG PULE PARA O 7° PARÁGRAFO DESTE ARTIGO.

"O RPG é um jogo pouco convencional quando comparamos aos jogos habituais. Em um teatro, os atores recebem seu guião (ou "script"), o conjunto de suas ações, gestos e falas, com tudo o que suas personagens devem saber e fazer. Você interpreta uma personagem de ficção, seguindo o enredo definido em um roteiro. Num jogo de estratégia, por outro lado, você está seguindo um conjunto de regras onde, para vencer, você precisa vencer desafios impostos por seus adversários - cada partida é única, já que é impossível prever seus movimentos durante o jogo. No RPG, esses dois universos se unem.
Como em um jogo de estratégia, há regras que o definem, e guiam aquilo que o seu personagem pode ou não fazer. A esse conjunto de regras chama-se sistema. Como no teatro, cada personagem tem uma história, e deve ser interpretado assim como fazem os atores. Diferente de um jogo de estratégia, você não luta contra um adversário específico, mas vive aventuras em um mundo imaginário. Diferente do teatro, você não segue um roteiro, mas age pelo seu personagem com liberdade de ação, limitado somente pelo conjunto de regras do sistema em questão.



  Uma partida de RPG: jovens com seus livros e dados, prontos para mais uma aventura.
Fonte da imagem:  http://cronicasartonianas.blogspot.com/2007/10/o-que-e-rpg.html

O segundo tipo de jogador é o narradormestre ou GM (Game Master). Será ele quem criará a história e julgará as ações de todos os personagens do jogo. O narrador normalmente não possui um personagem próprio, mas controla todos os personagens não-jogadores da aventura - que seriam os coadjuvantes da peça de teatro. Enquanto o jogador tem uma atuação assemelhada àquela de um ator de teatro, o narrador seria o diretor e roteirista, aquele que define o cenário, figurantes, ambiente e tudo mais. Por isso mesmo, o narrador é aquele que deve conhecer as regras mais profundamente, e deve ser o mais experiente do grupo, normalmente seguindo um sistema de regras pré-determinado que o ajudará com os eventuais problemas e dúvidas que venham a surgir. Apesar do narrador seguir as regras de um sistema, ele pode quebrá-las, ignorá-las ou mudá-las em prol de uma fluidez no andamento da partida, baseando-se para isso no seu bom senso. Conhecer o máximo possível sobre o sistema facilita esse processo e evita arbitrariedades.
Em registros oficiais, o Role Playing Game ou RPG surgiu no ano de 1974. O primeiro lançamento foi o jogo Dungeons & Dragons(Masmorras e Dragões, em português), criado por Gary Gygax e Dave Arneson. No início, o D&D( abreviatura de Dungeons&Dragons), era um simples complemento para um outro jogo de peças de miniatura chamado Chainmail (cota de malha), mas terminou dando origem a um jogo totalmente diferente e inovador. Este primeiro jogo era extremamente simples comparado aos Jogos de Interpretação da atualidade e tinha uma origem influenciada por jogos de guerra/estratégia."

Bom, e onde entra a educação e o Runescape nisso tudo?

Ainda na década de 90, o sistema GURPS de RPG lançava o primeiro livro paradidático de RPG no Brasil,  "O desafio dos bandeirantes", sobre o folclore brasileiro. Também lançaram outro, baseado no filme nacional "No coração dos deuses" (trazia Antônio Fagundes como ator principal), que poderia ser jogado como aventura-solo. Então, professores de  história e geografia começaram a vislumbrar a possibilidade de fazerem seus alunos "vivenciarem" os fatos passados, para melhor compreensão e fixação dos mesmos. Um mundo de possibilidades educativas estava aberto, pronto para ser explorado com a criatividade de cada um.

Dois livros paradidáticos de RPG.
Imagens retiradas do Google Search (images).

Com a popularização dos computadores e da internet, gráficos mais poderosos acessíveis a todos e toda uma geração de estudantes conectada, surge então as comunidades online de RPG. Primeiro nas faculdades (vi comunidades de GURPS das faculdades da UNESP e de São Carlos na rede), e depois com os novos jogos MMORPG, classificação na qual o Runescape e os demais jogos da Jagex citados se inserem.

Novamente, utilizarei a definição do Wikipedia para esclarecermos este termo no artigo, antes de continuarmos:

"Um jogo de interpretação de personagem online e em massa para múltiplos jogadores (Massively ou Massive Multiplayer Online Role-Playing Game ou Multi massive online Role-Playing Game) ou MMORPG é um jogo de computador e/ou videogame que permite a milhares de jogadores criarem personagens em um mundo virtual dinâmico ao mesmo tempo na Internet. MMORPGs são um subtipo dos Massively Multiplayer Online Game (Jogos Online Massivos para Múltiplos Jogadores)."

Faço parte de alguns grupos de discussão online de educadores que utilizam o RPG como ferramenta de ensino, mas nunca tive a oportunidade de colocar a "mão na massa" antes de Runescape. Estou comprando todos os livros do GURPS, mas não é fácil achá-los. O GURPS  não foi o sistema de RPG mais famoso, por ser considerado "para nerds" e teve suas vendas descontinuadas pela editora Devir, representante de RPGs no Brasil. Mesmo o RPG mais famoso e jogado até os dias de hoje, o Dungeons&Dragons (ou D&D, como é popularmente chamado), não tem todos os seus livros vendidos aqui. Alguns, só são conseguidos em inglês e por encomenda.

Veja AQUI um fórum de RPG&Educação.

Mas voltando ao Runescape... aqui ele entra na história. E novamente a  Wikipedia nos dá a sua definição:

"RuneScape é um MMORPG (Massively Multiplayer Online Role-Playing Game) produzido pela empresa britânica Jagex Ltda. Foi criado oficialmente em 1998, por Andrew Gower. O jogo possui mais de 138.000.000 (Cento e trinta e oito milhões) contas criadas, e foi reconhecido pelo Guinness como o MMORPG gratuito mais famoso do mundo."

Ao entrar no site do Runescape pela primeira vez, você é convidado a ver uma prévia do jogo (o tema é épico, medieval; o tempo dos cavaleiros) e a fazer o seu cadastro, que pode ser gratuito (suficiente para mais de 5.000 horas de jogo entre missões e aventuras) ou pago (para os gulosos, mais de 15.000 horas de jogo). Até aí, nada de mais; após o cadastro, você faz o tutorial.

Página inicial do Runescape em português.
Foi alterada este mês em comemoração à nova habilidade, Dungeon, que pode ser praticada nas masmorras de Kalaboss. Na verdade, Dungeon exige que o personagem tenha desenvolvido suas outras habilidades, pois todas elas, junto com desafios de lógica e estratégia, serão testadas ao mesmo tempo em Kalaboss. Cada partida é única, não tendo como dois jogadores vivenciarem os mesmos desafios ao mesmo tempo separadamente. Pode ser jogado em grupos de 1 a 5 jogadores.
A imagem acima é propriedade da Jagex Ltd.

Enquanto você cria o seu avatar, que pode ser montado como o alter-ego desejado e realmente fará com que você se sinta no jogo, é possível ver algumas das diferenças étnicas: conforme você muda o tom da pele é possível notar algumas diferenças nas feições do rosto; o modo como o tutorial é conduzido, (onde o desafio é livrar-se de um dragão sem ser por combate) tudo te leva a pensar: " E se, ao invés de usar para esta finalidade, eu usasse para ensinar alguma matéria?" E sim, você consegue ver, em tempo real, como seria isso. Lá existe explicações básicas para habilidades como agricultura e caça. Também foi criada toda a história de Runescape, dividida em eras (o jogo começou na 5a era), com religião (deuses), geografia, costumes e idiomas diferentes nos países (qualquer semelhança com o mundo real não é mera coincidência), e mais. A diferença é que, diferente de outros jogos MMORPG, o Runescape já traz dentro dele desafios de raciocínio lógico, histórias conhecidas da literatura mundial, diferentes habilidades para desenvolvimento e EXIGE LEITURA, como todos os jogos de RPG.

Imagem da missão Romeu e Julieta.
A imagem acima é de propriedade da Jagex Ltd.
Uma das missões mais curiosas que já fiz dentro de Runescape, na cidade de Faladore (usuário pago), é para se tornar um cavaleiro templário iniciado. Durante os desafios, seus conhecimentos de física, química, interpretação de leitura e raciocínio lógico são testados. Seu avatar é testado em várias salas. Em uma delas, precisa utilizar qualquer coisa existente na sala para sair dela. Confesso que precisei de ajuda da internet para resolver a charada. Envolvia sulfato cúprico, bico de bundsen, pó de estanho, gesso, entre outras coisas. Em outra sala, um desafio no mínimo curioso: um cavaleiro abençoado não pode ser derrotado por nenhum homem, independente de sua habilidade em combate. A interpretação aqui é literal: apenas uma mulher pode derrotá-lo. Muito criativo também: muitas vezes me pergunto quem assessora a criação das missões. Isto tudo em apenas uma única das 270 missões atualmente disponíveis no jogo.

O seu avatar, ao chegar em Runescape, tem N possibilidades de desenvolvimento, desde virar um cavaleiro brutal ávido por batalhas até um expert em culinária. Atualmente existem 25 habilidades possíveis de serem desenvolvidas em Runescape (veja imagem abaixo). Algumas habilidades, como cortar madeira e pescar, permitem ao jogador extrair recursos que podem ser processados em outros items, consumíveis ou utilizáveis em outras habilidades, como fabricação de flechas e culinária. Os itens podem ser usados em outras habilidades ou vendidos para ganhar dinheiro. Outras habilidades permitem o jogador matar criaturas específicas (habilidade em extermínio), melhoram o nível de pesca, permitem a construção de casas próprias, e melhoram suas habilidades de combate (ataque, defesa, força, magia, combate a distância e evocação), entre outros.


Gráfico das habilidades de um jogador. Imagem modificada para explicação das habilidades.
Fonte: http://runescape.com.br
A imagem acima, mesmo modificada, é propriedade da Jagex Ltd.

Tudo é feito de maneira muito precisa, e quando penso que estes ingleses não irão me surpreender mais, sempre aparece uma novidade: semana passada, foi disponibilizada uma nova missão. Na semana retrasada foram atualizados os gráficos do jogo com a versão Java mais recente. E agora foi introduzida uma nova habilidade: Dungeoneering, ou Dungeon em português, possibilita testar todas as habilidades desenvolvidas no jogo junto com desafios de raciocínio lógico, que pode ser feito individualmente ou em grupo de até cinco pessoas.

Para todas as idades, considero o jogo excelente - embora seja recomendado para maiores de 12 anos, por exigir muita leitura, raciocínio lógico, estratégia e paciência, algumas atividades podem ser desenvolvidas de forma supervisionada. Por exemplo, a missão "Assistente do mestre-cuca" serve para tirar o cozinheiro do castelo do duque de Lumbridge de uma enrascada e aprender a fazer um bolo. E, na época medieval, isso significa que você não irá até o supermercado comprar uma caixinha de mistura pronta de bolo para assar em casa; ao invés disso, vai aprender onde ficam alguns galinheiros no reino, pegar ovos, onde ficam as vacas e ordenhá-las você mesmo, colher os grãos de trigo na plantação e levar ao moinho para moê-los e adquirir a farinha e levar tudo ao cozinheiro. Achei fantástico para pessoas de qualquer idade. Para os pequenos muita coisa pode ser ensinada andando e praticando as habilidades de Runescape, como pesca.


Aprendendo a pescar lula à moda indígena em Karamja (pesca de karambwan).
Fonte: http://www.runescape.com
A imagem acima é propriedade da Jagex Ltd.


Uma coisa importante também é que a Jagex mantém uma equipe que vasculha e bloqueia qualquer tentativa de utilização de "bots" ou "hacks" dentro do jogo: são programas escusos cuja promessa é fazer seu avatar desenvolver habilidades sem intervenção humana. Muitas vezes encontrados na internet, a maioria não passa de fraude. Mas alguns que de fato conseguem aproveitar uma falha de programação do jogo (bug) podem ser denunciados por qualquer jogador, em um botão incorporado à tela denominado "Reportar abuso". Estes jogadores são banidos e colocados em listas negras de fóruns e sites de jogadores mais conhecidos. E claro, a falha é verificada e corrigida.


Com isto, a Jagex procura garantir o que todos nós sabemos na vida real: nada pode ser conquistado sem muito trabalho e esforço. A varinha mágica não passa de um mito. E a "vida fácil" tem um preço que nem todos estão dispostos a pagar.

Ao desenvolver suas habilidades, melhores ferramentas podem ser usadas e mais ações e objetos vão ficando disponíveis gradualmente. Você pode começar a pescar com uma rede de pescar pequena e um puçá para lagostim. Melhores pescadores aprenderão, gradualmente, a usar uma vara com iscas, com iscas artificiais,  uma rede grande e até mesmo um arpão. Também está disponível o aprendizado da pesca bárbara (com as mãos) que exige que se desenvolva as habilidades de combate (força, ataque e defesa) e a agilidade.

Na parte da literatura mundial, os britânicos da Jagex gostam de brincar com a história. A missão "Romeu e Julieta" nos traz a clássica história da rivalidade das famílias e o padre amigo do casal, mas com um Romeu completamente desprovido de inteligência que não conseguirá ficar com Julieta sem sua ajuda. E o final, completamente diferente do original, é hilário. No mundo pago, onde estou atualmente (sim, já fiz todas as missões gratuitas do jogo!), pode-se conhecer Camelot, o rei Arthur, salvar Merlin e tornar-se um cavaleiro templário. 


Para os que não são tão crianças (como eu), é uma oportunidade de rever os clássicos e se sentir parte da história. Para os mais novos, uma oportunidade de conhecê-la. Você mesmo enfrentar desafios para salvar Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda é bastante interessante. Inúmeros seres mitológicos e lendários, como o dragão, o basilisco e a cocatriz, também poderão ser conhecidos. Uma ilha indígena, conhecida como Karamja, também é bastante interessante - você conhecerá a tribo de Tai Bo Wannai.


Rei Arthur, Merlin, Sir Lancelot e Tristão são alguns dos personagens encontrados em Camelot.
Fonte: http://runescape.com
As imagens acima são propriedade da Jagex Ltd.

Em resumo: Runescape agrada por todos estes motivos juntos: é um lugar onde podemos passar muitas horas de jogo sadio, sem pagar ou pagando pouco por mês (se esta for sua opção - tem planos que vão desde R$12,90 no mensal a aproximadamente R$ 160,00 no anual); integra toda a família ou sala de aula para aprendizado e troca de experiências mútuas (eu jogo muitas vezes com meu irmão, 12 anos mais novo, e conversamos quase todos os dias pelo chat do jogo, para resolver desafios e trocar experiências), podemos praticar outros idiomas (ele está disponível em inglês, português, francês e alemão, mas muitas vezes encontramos avatares estrangeiros aqui mesmo, no mundo brasileiro, principalmente do Canadá, EUA e Portugal); estimula a criatividade (muitos desafios fogem do comum e das respostas óbvias), o senso crítico e o raciocínio lógico do jogador.

Mas uma coisa é ainda um terrível ponto negativo no mundo brasileiro: o péssimo português digitado pelos jovens nas conversações. Não, não aquelas abreviações que já se tornaram parte dos usuários de mensagens instantâneas: mas grafias absurdamente erradas mesmo, revelando o pouco conhecimento ortográfico que alguns têm da própria língua. Entre algumas que vi apenas hoje posso listar "voutei", "ofença".  A Jagex possui uma "censura" nos textos de qualquer idioma, mas aqui em português ainda é pouco significativo. Você não pode "falar",  pois se digitar "falo" no texto isso é interpretado como o objeto fálico e não como o verbo. 
Um recurso muito utilizado para palavras proibidas é escrevê-las erradamente, o que só piora a situação gramatical. Até ofensas, que o censor do jogo proíbe em sua maioria, ficam hilárias. Hoje vi um "otaril" no jogo.


Imagem retirada da internet através do Google Search (Images).
Casseta & Planeta pertence à Rede Globo de TV.

Também na periferia o Runescape faz sucesso: vi em uma lan house bem simples, de apenas R$ 1,50 a hora, jovens jogando o Runescape, War of Warcraft e o Gunbound. Neste caso, mais para as matanças de duendes e outros monstros pelos jovens, ao mesmo tempo em que se comunicavam pelo Orkut e MSN, outros "detonadores" da língua portuguesa com sua "linguagem miguxês". Nossos colegas portugueses não cansam de comentar que brasileiro não sabe gramática, isso não só no Runescape, mas em comentários do YouTube e do Orkut, exemplo de outros sites que caíram no gosto popular brasileiro.




Abraço da
Anita