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sábado, 14 de agosto de 2010

Medicina e Naturologia


Pelas mãos dos médicos, a maioria de nós chegou ao mundo. Graças aos constantes avanços da medicina, a morte por problemas na gestação e no parto diminuem drasticamente a cada ano.


Venho de uma família onde ninguém acredita na medicina. Sim, acreditem e pasmem, existem muitas famílias assim. Apesar dos avanços da ciência, dos novos tratamentos e métodos de diagnóstico descobertos, e até mesmo dos remédios mais eficazes e menos agressivos que têm sido desenvolvidos, pessoas como alguns parentes meus não confiam em médico nem mesmo quando sofrem acidente (pasmem). Em compensação, são vítimas fáceis de qualquer leréia dita por um suposto "entendido" que descobriu as "maravilhas do Kefir ou da babosa, por exemplo. E, com certeza, você conhece alguém assim. Em geral, são pessoas que já tiveram melhora em algum caso expecífico, e se tornaram místicas. Este artigo é para você que conhece uma destas pessoas e acredita que ainda são flexíveis o suficiente para entender o texto abaixo.


Para aqueles que ainda acham que os médicos não sabem nada.
Sugestão: experimentem prestar o vestibular (só o vestibular, que já é uma prova de fogo para a maioria dos mortais) para medicina, em qualquer federal (soube que o MEC fez as particulares fecharem as portas, com raríssimas exceções).
Depois vocês pensarão se aguentam este conteúdo aqui, que é apenas a parte geral do curso (os primeiros 6 anos). Ou seja, isto é o mínimo que qualquer médico estudou.
http://sistemas2.usp.br/jupiterweb/listarGradeCurricular?codcg=5&codcur=5042&codhab=0&tipo=N
Dependendo do que optarem na especialização (que pode ser qualquer uma, de oftalmologista a neurocirurgião), contem então, no mínimo mais 2 anos de estudo. Em geral, são mais 4 anos.
Ou seja: antes de se tornar médico de fato, o futuro profissional estuda 10 anos. E ainda tem gente que acredita que médico não sabe nada...

Aqui e em qualquer outro lugar do mundo as medicinas alternativas (homeopatia, acupuntura, etc) só têm validade quando praticadas por um MÉDICO! Estas terapias são estudadas APÓS o curso de medicina . São estudadas como Curso de Extensão ou Aprofundamento (variando de 1 a 2 anos cada - o de Homeopatia, por exemplo, dura 2 anos), ou ainda como Pós Graduação (nos EUA, Naturopatia é um curso de Pós Graduação de 4 anos). Por que será???

Porque somente um MÉDICO pode diagnosticar (e responder legalmente por isso) e indicar os tratamentos, sejam eles alternativos ou não! Somente um MÉDICO pode solicitar todos os exames laboratoriais e de diagnóstico por imagem (por exemplo), emitir receitas médicas, fazer laudos, solicitar a internação de um paciente, entre muitas outras coisas! Não é à toa que estes médicos podem sim atender às terapias alternativas, pois já estudaram toda a anatomia humana, suas patologias e a medicina tradicional (portanto sabem o que precisarão evitar ou aproveitar de bom deste tipo de tratamento). E podem realmente ser chamados de MÉDICOS HOMEOPATAS, ORTOMOLECULARES, ACUPUNTURISTAS, etc. Não é qualquer "capiau" que leu um livro de terapia alternativa, ou que fez um cursinho 24h a distância, ou que "acha" que descobriu um tratamento revolucionário, que pode diagnosticar e tratar ninguém!!!

Este chinês "descobriu" um tratamento para dores de estômago que faz arrepiar até os mais durões...

Recentemente, surgiu o curso de Naturologia, que ensina diversas terapias alternativas em uma graduação de 4 anos e meio.  O curso inclui formação prática e teórico-científica em diversas terapias que têm como base a medicina tradicional chinesa e a ayurveda. Na Universidade Anhembi Morumbi, por exemplo, o currículo é composto de técnicas como ioga e meditação, aromaterapia, massoterapia, hidroterapia e iridologia, entre outras; na UNISUL, os alunos aprendem a lidar com aromaterapia, fitoterapia, cromoterapia, reflexoterapia e florais.

Como a UNISUL foi a pioneira a oferecer o curso (já o possui há 12 anos), segue a grade curricular do seu curso aqui:
http://portal2.unisul.br/content/navitacontent_/userFiles/File/cursos/cursos_graduacao/novasgrades/naturologia2004-badreferendum.pdf

A massoterapia (reflexologia vital na ilustração acima) é uma das terapias que costuma trazer muito alívio para as mais diversas dores de seus pacientes; a acupuntura, o moxabustão e a quiropraxia também são bastante procurados para tratamentos da coluna.

Percebem qual a diferença com relação ao curso de Medicina? Este curso de Naturologia aproxima-se mais do curso de Farmácia, como um curso de "Farmácia Natural". São tratamentos alternativos de saúde, mas não ensinam o futuro naturólogo MEDICINA. Se você é saudável, ele pode auxíliá-lo na manutenção da saúde de forma fantástica. Mas ele não sabe (nem pode) diagnosticar as patologias, nem mesmo as comuns de clínica médica, como os diversos tipos de micoses que comumente pegamos em contato público (onicomicose? pitiríase?), quanto mais as específicas, como um tumor no cérebro, por exemplo. Você precisará de um médico devidamente especializado para isso. O que um naturólogo pode oferecer é um REMÉDIO ALTERNATIVO ou TERAPIA ALTERNATIVA aos da FARMÁCIA tradicional, ou ainda, tratamentos alternativos como COMPLEMENTOS a estes tratamentos tradicionais.  Mas não se engane: ele não pode isoladamente fazer o tratamento, por exemplo, de um traumatismo ocular (nem deve!).

Imagens de um cérebro apodrecido por ovos e embriões da tênia (notem os buracos, estrago causado pela doença), causa da cisticercose. Normalmente a pessoa tem mudanças súbitas de comportamento quando atacada por este mal.

Portanto, mesmo que você decida tratar-se então, de algum mal que venha sentindo, com um naturólogo, antes é necessário fazer o diagnóstico correto com um MÉDICO. O Naturólogo não foi educado para diagnosticar ninguém. Como você mesmo viu na grade curricular de sua formação, ele tem uma formação genérica demais para isso. Uma depressão, por exemplo, tanto pode ser uma herança genética como o sintoma de uma outra doença "escondida", que pode ser até cisticercose! Só um especialista (portanto, MÉDICO), após a devida anamnese, poderá diferenciá-la. Mas tendo o diagnóstico em mãos, ele pode sim, ajudá-lo a encontrar soluções alternativas para a recuperação da sua saúde que não sejam a tonelada de antibióticos tradicionais, quando isso é possível. Tratando-se de câncer ou aids, por exemplo, em que é inevitável o coquetel, ele também pode auxiliar no ganho de uma melhor qualidade de vida e saúde durante o tratamento tradicional, usando a terapia alternativa como seu aliado.

Espero ter contribuído para desmistificar ambas as profissões. Ao contrário do que a maioria pensa, a relação entre Médico e Naturólogo deve ser a de simbiose: um precisa do outro. ESCUTE AMBOS COM ATENÇÃO!!! Se o seu médico disser que a única alternativa segura de tratamento para a sua moléstia é o remédio tradicional, considere esta informação. Qualquer tratamento, seja ele qual for, tem seus prós e contras. Seria idiotice morrer porque não quis tomar penicilina. Neste caso, o Naturólogo poderá auxiliar a fortificar o seu organismo na recuperação e a minimizar/suprimir efeitos colaterais indesejáveis.

Fachada da Faculdade de Medicina da USP... Tem vontade de fazer parte da história deste prédio?

Pra quem ainda acha que o médico não sabe nada... vá para a faculdade de medicina e ensine o que acha que está faltando por lá! Prove aos professores o seu ponto de vista. É um desafio. O mundo não precisa de mais um queixoso ou de mais um invejoso. Precisa de pessoas que queiram tornar este planeta um lugar melhor de se viver. Difícil é ter coragem de estudar anatomia em cadáveres (pagos - fazem parte do material escolar!) anos a fio e gastar verdadeiras fortunas em livros e instrumentos antes de encarar plantões estressantes na residência, em hospitais universitários sempre lotados, sabendo que o futuro próximo será também  lotado de noites maldormidas em plantões hospitalares, congressos e simpósios caríssimos (no Brasil giram em torno de R$ 3.000,00 e alguns só acontecem no exterior - dependendo da especialidade) e consultas mal remuneradas, até ter um diploma, depois até ter uma pós, depois até conseguir um reconhecimento no meio social e acadêmico dos seus conhecimentos adquiridos e finalmente poder obter um cargo com salário decente ou um consultório com consultas devidamente remuneradas. E não pára por aí: mesmo depois de estabilizado o médico tem que continuar frequentando os congressos e simpósios de sua especialidade para manter-se atualizado; às vezes comprar um novo livro ou fazer um novo curso de extensão.

Embora a Naturologia seja muito nova como graduação no Brasil, já existem sim pós-graduações e mestrados relacionados à área e congressos e simpósios também têm acontecido por aqui; mas a maior parte dos eventos da medicina oriental (evidentemente) acontecem na China e no Japão. E sim, temos muitos MÉDICOS que já querem trabalhar com uma linha alternativa de tratamento. A ciência já sabe que não tem todas as respostas, e tudo o que possa ajudar é bem vindo. Hoje em dia, até no SUS podemos encontrar MÉDICOS com especialidade em HOMEOPATIA, por exemplo, e o remédio fornecido pelo próprio posto de saúde.




A Homeopatia busca na natureza os seus tratamentos e utiliza doses ínfimas dinamizadas para tratar seus pacientes. Cada paciente possui seu remédio formulado de forma diferente - não existe um mesmo remédio que cure todo mundo do mesmo jeito, embora existam algumas manipulações ditas "emergenciais" que os médicos homeopatas aceitam que sejam usadas em comum se necessário.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Higiene Pessoal


Na empresa onde trabalho, pelo segundo ano consecutivo, faço parte da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Ano passado, me candidatei pela primeira vez e fui suplente. Acabei gostando, fui secretária e organizei uma boa parte da SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho. Também fiz parte do GTB – Grupo de Trabalho do Benzeno. Este ano, fui eleita – desta vez efetiva - e estou mais uma vez no GTB. Aprendo muito.

Normalmente ninguém na empresa quer ser cipista (ou cipeiro, outro termo utilizado). As pessoas vêem como um serviço extra, você tem “um segundo emprego” não remunerado além do seu serviço habitual, que terá que continuar sendo feito, e muitas vezes não é visto com bons olhos por atuar no que costuma ser o “calcanhar de Aquiles” das empresas: a saúde do trabalhador, suas condições de trabalho e a prevenção de acidentes.

Felizmente na minha empresa isso não é uma verdade. Temos dificuldades, é claro, mas é um trabalho gratificante. Acho que somos uma das poucas CIPAs que podemos dizer que temos acesso a diálogos semanais sobre segurança, meio ambiente e saúde com TODOS os funcionários, da faxineira ao gerente, por 20 minutos, antes de iniciarmos o trabalho do dia. Tenho certeza, poucas empresas fazem isso. Sempre aprendo muito nesses diálogos, ou revejo algo que é bom deixar ativo na memória. Podemos convidar profissionais de diversas áreas para palestrar, e os funcionários também podem partilhar o que sabem.

Estive pensando, esta semana, no caso da modelo que está nos noticiários por ser uma perda tão triste, uma moça linda, e morreu de sepse. Preste atenção na palavra: SEPSE. Te lembrou alguma coisa? ASSEPSIA? Muito bem. HIGIENE. LIMPEZA. Você usa talco ou sabonete anti-séptico? Eu só uso esse tipo de sabonete, mas pelo menos um sabão neutro... No SESC, antes de manipular alimentos, todos os funcionários envolvidos lavam as mãos e os antebraços com sabonete anti-séptico, secam e passam álcool em gel.

Pensei em trazer o tema para os colegas e amigos. De novo, “flagrei” dois cidadãos que saíram do banheiro sem tempo de terem lavado as mãos, um deles lá em casa, semana passada, onde foi executar um trabalho para o qual foi contratado. Coisa mais porca! E isso é muito comum, em todos os níveis sociais – não pense que é coisa de pessoas sem instrução.

Agora, imagine isso em grandes proporções, em uma multidão, em uma festa de Réveillon como a que a modelo foi e onde se suspeita que tenha começado a tal infecção urinária, somada à infelicidade de demora de tratamento e diagnóstico correto (sepse é raro, não foi a primeira hipótese diagnóstica).

Lembre-se que as pessoas não têm os mesmos hábitos e cultura que você. A higiene faz parte ou não, da cultura de cada sociedade ou raça, vemos povos que são contra o banho diário e outros hábitos de higiene, acham que tomar banhos todos os dias é desperdício de água.

Semana passada eu também aprendi mais uma, justamente por causa da notícia da modelo, então em estado grave, com a enfermeira do trabalho aqui da empresa. Além de lavarmos bem as mãos quando voltamos da rua para casa, mesmo que sejamos do tipo que só usa sapato fechado ou tênis, também devemos lavar os pés. O pé também está exposto às bactérias neste tipo de calçado, mesmo com meião. Essa eu não sabia, e só lavava no banho, confesso. Talvez demore um pouco para adquirir um novo hábito.

Links relacionados:

A G1 tem um link com perguntas e respostas sobre o caso da morte da modelo por sepse: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL970300-5598,00-MORTE+DE+MODELO+VEJA+PERGUNTAS+E+RESPOSTAS.html

Mais sobre higiene pessoal e doenças relacionadas: http://www.cobra.pages.nom.br/bmp-higicorpo.html

Mais sobre higiene pessoal íntima: http://actividade.blogs.sapo.pt/361.html

Curiosidades sobre a história da higiene e limpeza de famosos: http://veja.abril.com.br/121207/p_192.shtml

Cuidados de higiene infantil e bebês: http://www.portalis.co.pt/cuidados-com-a-saude/