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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

REDAÇÃO QUE VENCEU CONCURSO DA UNESCO

Recebi este texto por e-mail, desconheço sua origem e não possuo os direitos autorais dela. Publicado para simples entretenimento.


REDAÇÃO QUE VENCEU CONCURSO DA UNESCO
"Como Vencer a Pobreza e a Desigualdade"


REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES 

Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para Professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.

Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade' 
Por Clarice Zeitel Vianna Silva 
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ 







'PÁTRIA MADRASTA VIL' 

     Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
     Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade. 
     O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições. 
     Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil. 
     A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica. 
     E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição! 
     É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem! 
     A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão. 
     Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso? 
     Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil. 
     Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona? 
     Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos. 
     Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?


     Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. 
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade' 

     A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

Favor divulguem, aos poucos iremos acordar este "BraSil".


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Chocolate amigo



Gostaria de compartilhar esta redação que achei muito interessante, foi publicada pela FUVEST como tendo sido uma das redações nota 10 do vestibular 2007. A Fundação para o Vestibular não divulga o autor.


Embora o texto seja sério e reflexivo, não pude deixar de pensar no stress e na revolta que o(a) cidadão devia estar ao fazer a prova em um domingão de janeiro com todo mundo curtindo férias e Ano Novo!


Chocolate amigo
Amizade é uma palavrinha bonita, e apenas isto. Inventada por floristas e fazedores de cartões enfeitados de corações e poemas hipócritas. Usada em discursos românticos, sem significado algum, completamente banalizado.
A maioria das pessoas fala de sentimentos como amor ou amizade com um orgulho desmedido e inexplicável facilidade. Falam porque tê-los é o que se espera do ser humano, e parece sensível e legal. Mas boa parte delas mal sabe o que tais palavras significam, e acaba soando frio, superficial e possessivo. De fato, muitas vezes, parece que estamos falando de um simples chocolate.
O chocolate, como bem sabemos, é um petisco engordativo que geralmente proporciona grande prazer. Talvez prazer maior que um amigo; afinal ele não nos decepciona – a não ser que esteja errado – não mente, não faz competições primitivas, não é egoísta e só nos abandona quando decidimos devorá-lo. Porém, também é sabido que chocolates não devolvem ou demonstram a devoção e sentimento que reservamos para ele, seja qual for.
Ele não sente, não pensa, não fala... não é seu companheiro, não apóia, não segura a mão... portanto, não pode de maneira alguma ser um amigo; entretanto, é assim que temos tratado nossos amigos: como chocolates.
É bem fácil dizer "meu melhor amigo" como quem diz "minha barra de chocolate preferida", uma propriedade sem sentimentos que você pode declarar adoração e fidelidade sempre que tiver vontade porque ele não entende e nem vai morrer quando não lhe for mais conveniente continuar a "amizade".
Pois somos todos pessoas, seres humanos; egocêntricos, dissimulados e egoístas. Só enxergamos a própria vontade e acreditamos que cada um de nós é o único que pode ser magoado. Mantemos relações e gostamos das pessoas e coisas quando e enquanto for conveniente. Usamos e pisamos nos nossos "amigos"...
... e nos escondemos. Atrás de músicas, poemas, declarações e discursos sobre sentimentos que sabemos não ter.

Autor desconhecido (mas tirou 10 nesta redação na Fuvest 2007)


Mandei para alguns colegas por e-mail e todos gostaram. Mas um escreveu uma resposta que eu gostei muito e faço minhas as suas palavras:

"Ao ler o texto, fui moldando o tipo de pessoa que poderia estar de posse da caneta naquele momento, no instante que, escolhido por ela mesma, estava se privando de um domingo de sol de janeiro por uma carreira....(será que não valeria a pena????)

Vi uma pessoa amarga, bem mais amarga que alguns tipos de chocolate, que prefere a companhia de uma pequena barra negra ao branco sorriso de um amigo, sua consistência dura e gelada ao suave toque de mãos.

Uma pessoa que por ela mesma se sente discriminada, não pela aparência, mas pelas próprias atitudes de ferir indelevelmente os sentimentos dos amigos com uma língua ferina e preconceituosa, assustadoramente fria.

Como texto e construção gramatical, realmente a redação é nota dez, mas como estilo de vida não me serve de jeito nenhum... e também não espero receber nenhum dez pelo meu texto.... rs"


Abraços da


**** Anita ****